Espaço criado por militantes e simpatizantes do PPS, para debate interno em período congressual, sem qualquer vínculo com a direção do partido

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Candidatura própria, passivo e programa de governo

Opinião de Demetrio Carneiro, economista, especialista em políticas públicas, dirigente do PPS e da FAP (Fundação Astrogildo Pereira):

Reconheço que o PPS, depois de tantas idas e vindas, precisa mesmo melhorar a sua autoestima e buscar uma identidade positiva e que a candidatura própria é uma excelente forma de fazer isto.

Se, adicionalmente, isso for consolidado e passado à sociedade realmente pode ser relevante. Entre os mais de 30 partidos brasileiros o PPS ainda é um partido cujo passivo, mesmo tendo equívocos, ainda é algo a se orgulhar e ser exposto de peito aberto à sociedade. É, nem todo o mundo da política é podre...

Há problemas a se considerar, mas por agora as pessoas estão mais preocupadas com o lado bom da proposta, o que é natural. Por mais que a burocracia da política diga que grana e tempo de TV são tudo, nossas raízes mais remotas ainda são, ilusoriamente ou não, as de um partido de militância e as pessoas precisam mesmo de uma injeção de ânimo pra se disporem a enfrentar a imensa máquina federal, seu enorme tempo de TV e seus bilhões de reais.

Apenas espero que todo o entusiasmo não deixe passar a necessidade de que esta “cara” precisa de conteúdo e que o conteúdo necessariamente envolve um programa de governo denso, não por excesso de páginas, mas pelos temas, e que seja capaz de colocar na mesa as demandas de nossa realidade. O “transformar”, o “mudar”, o “alternativo”, enfim o “novo” precisa ser muito bem explicado frente ao “mais do mesmo” e seus compromissos patrimonialistas e assistencialistas.

Demetrio Carneiro

Resposta da ex-vereadora Soninha Francine:

Boas ponderações, Demetrio.

SE é verdade que o partido só tomará uma decisão na Convenção no ano que vem, não entendo por que não podemos COGITAR a candidatura própria como uma das alternativas, e você o faz, com pé no chão.

Opinar "acho que é melhor não termos candidatura própria" é LEGITIMO. Mas dizer "não venham com essa besteira de discutir candidatura própria" é um desrespeito a quem acredita que essa é uma das 3 alternativas ainda colocadas.

Parar de discutir isso agora é sufocar o partido na antecipação de uma decisão polarizada: "Aécio ou Campos? Escolham um dos dois e fim de papo".

Aí nem adianta falar de programa de governo... E não me preocupa nem um pouco a "falta de conteúdo", porque o que o partido produziu nesses últimos anos é MUITO consistente e coerente, é amplo e aprofundado. E no fim vira um documento entregue às mãos de um candidato que dá ~muita~ importância a ele... 

Claro, sou realista e pragmática, não vamos deixar de apoiar Aécio e Campos se eles não assumirem compromissos reais com nossa plataforma (e é claro que não vão, porque tb são realistas e pragmáticos), queremos nos fortalecer no Congresso e o melhor para o Brasil, pfv. O que quero dizer é que conteúdo o partido tem e me orgulho muito dele. Mas se vetarem o debate sb as 3 alternativas em vez de duas... Adianta mergulhar nisso?