Alguns esclarecimentos adicionais sobre a tese da
candidatura própria:
2) Traduzindo (com situações hipotéticas): o PPS pode
lançar, digamos, Raul Jungmann presidente, e ter lá em Pernambuco as chapas de
deputados federais e estaduais coligadas ao PSDB, por exemplo. No
Maranhão, a candidata ao Governo Eliziane Gama pode se coligar ao PSB. No Rio,
o PPS pode hipoteticamente apoiar Garotinho no PR - Partido da República. No
Paraná, ter candidatura e chapas próprias. E em São Paulo, podemos apoiar
Geraldo Alckmin (PSDB) governador com Marcio França (PSB) vice, e coligar
nossos deputados na chapa apenas com o PSB, enquanto o PSDB se coliga com o
DEM, por exemplo. Nada impede. Não existe verticalização. Nenhum engessamento.
Cada diretório estadual estará livre para fechar as suas alianças, dentro do
nosso amplo campo da oposição.
3) Nesse mesmo raciocínio, é equivocada a premissa de que
tivemos o melhor desempenho na eleição de deputados em 2006 EXATAMENTE PORQUE
não tivemos uma candidatura própria presidencial. Ao contrário. Tivemos o
melhor desempenho justamente porque não tivemos candidatura presidencial
NENHUMA (oficialmente), ou seja, porque foram privilegiados os acordos
estaduais, atendendo os interesses locais para eleger os deputados, sem o
engessamento de um palanque único nacional.
4) É justamente isso que uma candidatura própria do PPS
em 2014 vai proporcionar, em vez de rachar o partido no 1º turno entre os que
vão se alinhar a Aécio ou Eduardo (um ou outro), jogando no limbo o lado
“derrotado”. Se tivermos uma candidatura própria que nos permita continuar
transitando com Aécio e Eduardo como aliados para o 2º turno, focando a eleição
contra um inimigo em comum (o PT de Dilma e Lula), sairemos muito mais
fortalecidos e com chances reais de eleger uma bancada muito maior.