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domingo, 6 de outubro de 2013

Soninha expõe razões da candidatura do PPS em 2014

"Tem que avisar quem defende o apoio ao Aécio, aqui no PPS, que o único jeito de ajudarmos os tucanos é tendo uma candidatura própria e aumentando os votos da oposição, no 1º turno. Do contrário, nós não ajudaremos nada, e muito menos eles nos ajudarão."  
"Uma candidatura própria potencializa o PPS, o tempo de TV, a chance de eleger nossos deputados e nos garante uma sobrevida." 
Moacir Longo, jornalista, presidente de honra do PPS/SP

Candidatura própria ajuda ou atrapalha na eleição de mais deputados federais?


Soninha responde:

Meu objetivo sonhático (desculpe a apropriação do termo) é ser prefeita de São Paulo.

Meu objetivo imediato, concretíssimo, pragmático é ELEGER MAIS DEPUTADOS FEDERAIS, DERROTAR O PT E FORTALECER O PPS a médio prazo. Quero eleger muito mais gente agora e muito mais gente em 2016.

O argumento "candidato próprio" = "menos deputados eleitos" é rudimentar demais.

Como afirmar com certeza que a candidatura própria não elege mais deputados? Sério. Como? Não é pergunta retórica, é convite à reflexão.

Em São Paulo, nos coligamos com o PSDB com a certeza de que teríamos mais chances de no mínimo manter, de preferência aumentar nossa bancada federal. Deu certo - fomos e os eleitos. Dimas Ramalho foi para o Tribunal de Contas do Estado e assumiu o suplente... do PSDB.

Aumentamos, diminuímos...

Dinheiro? Não teremos nunca. Sempre haverá maiores e mais fortes com muito mais facilidade para captar recursos, honesta ou desonestamente.

Dinheiro para as campanhas nos estados - isso é MUITO importante, infelizmente, para eleger deputados. Mas sabemos, realisticamente, pragmaticamente, o quanto o apoio a um ou outro candidato a governador pode ser decisivo para isso... Ou apoio de prefeitos...

A candidatura presidencial própria seria um bônus de mídia espontânea, não paga. Se nosso candidato (eu?) correr interior de estado de braço dado com candidato a deputado, será que não ajuda?

Vcs podem pensar que em alguns lugares eu atrapalho em função da reputação de maluca etc. Mas se surpreenderiam com a quantidade de senhoras de saia longa e cabelo preso ("crentes" rs) que fazem questão de me parar na rua para dizer que são minhas fãs porque admiram minha "coragem". 

Ao vivo, com tempo, de perto eu sou mais "cativante", sério :). E ando no chão como nenhum outro majoritário... Se isso vai me dar muitos votos? Não... Se vai ajudar o candidato a deputado? Será que não?

Temos ou não temos razões para acreditar que uma parte do PPS pode se resignar, mais do que se empolgar, com uma das duas alianças colocadas (por preferir ou acreditar mais na outra, claro?)

Será que nossa candidatura própria tiraria mais votos deles do que dos muitos indecisos, abstenções ou nulos (que aumentam significativamente a cada eleição)? Caso tire votos de Campos/Marina ou Aécio/(Serra?) (uma alternativa a mais na urna sempre "tira" voto de alguém), isso aumenta as chances do PT? Ou aumenta o  número de votos válidos...?

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Acho que precisamos ser mais "atrevidos" no partido.

Quem defende candidatura própria e acha que eu tenho de ser a candidata, diz.

Quem já tem um candidato e não sou eu, poderia dizer também. E argumentar, claro! Qual é o problema? Parece que os partidários de uma ou de outra aliança preferem não dizer agora... Entendo, mas... Será que precisamos temer (tanto assim?) uma discussão mais aberta?

Ou será que tem espiões aqui? [para descontrair]

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Quem ainda não tem preferência pode continuar como está :)

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Insisto no meu grande receio. Já perguntei em outros dois e-mails.

SE SAIRMOS POR AÍ TESTANDO, NA ESTRADA, A CANDIDATURA PRÓPRIA E DEPOIS O PARTIDO DECIDIR, NO ESPAÇO ADEQUADO (a Convenção, muito lá adiante, quando o cenário pode ter virado de ponta cabeça 23 vezes), QUE VAI FAZER ALIANÇA JÁ NO PRIMEIRO TURNO, o partido sairá mais animado (pela efervescência da discussão até lá) ou mais brochado (pelo Plano C abortado)?

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Partido querido,

Não tem o menor cabimento fazer uma conta assim:


  • Com candidatura própria: elegemos menos deputados.
  • Sem candidatura própria: elegemos mais.
Ou o contrário disso, tanto faz.

Nós somos bem mais sofisticados que isso!

QUEM eram os candidatos?

Qual era o cenário dos estados?

Como eram as nominatas?

Tinham cabeça forte e cauda consistente?

As chapas para estadual eram boas, ou o partido estava fraco no estado?

Qual o efeito de uma candidatura presidencial própria na eleição nacional seguinte?

E as eleições municipais depois da candidatura Ciro, como foram? Crescemos? Ajudamos a fortalecer a bancada federal na eleição seguinte?

Uma eleição não serve de parâmetro para a outra, em contextos completamente diferentes!

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Em São Paulo, onde coisas malucas e horríveis acontecem:

Eu tive mais de 200 mil votos em 2008 e menos de 200 mi em 2012.

Mas não tenho a menor dúvida de que somos muito mais conhecidos e reconhecidos agora e eu teria tido votação bem maior se não fosse o Russomanno apavorar tucanos e petistas e antecipar o segundo turno.

E, graças aos céus, elegemos ao menos dois vereadores. O terceiro ficou POR UM TRIZ (400 votos)!!

Candidatura própria pode empolgar ou desanimar.
Pode ser uma mala pesada de carregar.
Pode unir ou desunir o partido.

Aliás, tudo isso vale também para uma aliança. OU NÃO?

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Mais exemplos, mais exemplos.

Marina... 20 milhões de votos... Um fenômeno. Com pouco tempo de TV etc. Com a força das redes etc.

Uniu o PV?

Elegeu governadores?

Elegeu deputados?

A Marina era candidata DO PV? Ou de Marina?

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Vejam, eu não tenho NENHUMA dúvida de que aumentar nossa bancada federal é FUNDAMENTAL.

Ganhe quem ganhar a próxima eleição, (que, se nosso carma negativo já tiver sido purificado, não será o PT), precisamos ser MAIS FORTES no Congresso. Para tudo, inclusive para sermos mais fortes nas eleições municipais.

Quero sair para deputada federal por tudo isso. To de saco cheio de só ter "as redes" para agitar, quero ter mandato e um pouquinho, ao menos um pouquinho a mais de poder junto a nossa bancada da qual tenho tanto orgulho. "Ah, mas você quer ser prefeita, melhor ficar na Assembleia, não sair de São Paulo". Uma pinoia. Nosso partido tem de ser forte lá em cima.

Para 2014, temos DUAS QUESTÕES QUE NOS SÃO FUNDAMENTAIS:

- O que é melhor PARA O PAÍS? Para a política brasileira, essa coisa horrorosa que temos hoje?

- O que é melhor para o PPS, um partido decente que quer um país idem?

Melhor para o país, temos um consenso: Mais 4 anos de PT não, ou não vai sobrar nada para consertar depois.

Melhor para o partido, idem: temos de ter uma bancada parlamentar maior.

Ok.

A possível candidatura própria:

- É boa para o país?

Como eu AMO meu partido, acredito que sim. Porque somos capazes de fazer uma campanha que não tem NADA a ver com as outras - mesmo. Que pauta temas que os outros não abordam, porque ficam lá martelando "Educação, Saúde e Segurança" (ou "Sustentabilidade"...). Palavras, palavras. É como ser a favor da Paz Mundial. Que candidato não seria?

Falamos de política energética, política urbana, pacto federativo com profundidade, com seriedade. Também não somos o PSOL, sem compromisso nenhum com a realidade, franco-atirador. Esses só querem mesmo eleger parlamentares (raras exceções, como o Freixo). Não querem governar.

Temos consistência, estofo. Honestidade intelectual. Não vamos ficar pisando em ovos, esperando o que o tracking diz sobre o programa eleitoral de ontem para decidir se falamos mais grosso ou com mais suavidade - como farão os outros...

Acredito que o PPS pode ser a brisa (sem piadas canábicas, por favor), o alívio. Roberto tem de ser firme, só não pode falar o tempo todo "o lulopetismo dos mensaleiros", senão satisfaz muito alguns ("UFA, alguém com cojones!") mas afasta outros.

- É boa para o partido?

Acredito que SIM.

Porque qualquer uma das alianças nos desune, INFELIZMENTE. Em 2006, 2010, apostamos (vcs apostaram em 2006, eu ainda era Lula :oP ) que o candidato tucano era O que tinha chance de derrotar o lulismo. Não sei se o partido chegou a ficar em dúvida em relação a alguma outra possibilidade...

Hoje, existe um divergência - saudável, honesta! - entre nós. Se formos Aécio, será uma imensa decepção para quem acreditava que desta vez, não iríamos com o PSDB. Será brochante em alguns estados...

Se formos Eduardo, IDEM. Para quem pensa que ele é um aventureiro-dissidente que não tem nada a perder etc.

E a aliança nacional pode inviabilizar algumas coligações muito interessantes nos estados - que é onde os deputados federais se elegem, oi?

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Então quero dizer que:

Nosso plano A era candidatura própria. As alternativas A e B não deram certo (e a culpa não foi nossa não, foi deles. Não são corajosos como a gente). Agora estamos discutindo a C e D... e a candidatura própria, portanto, é a opção E? Não é contrariar o que decidimos, juntos, no planejamento estratégico? O que o partido definiu para si?

CLARO que podemos mudar de ideia. Mas caramba, se não cogitarmos, ensaiarmos, testarmos, pesquisarmos, consultarmos, não tem cabimento dizer "Já que não tem Marina nem Serra, vamos agora decidir qual dos outros apoiaremos, porque ter candidato próprio elege menos deputados federais". Pára....

***
Eu posso ser convencida, ao longo do processo de consulta, ensaio etc., que candidato próprio será ruim para o país e para o PPS. Não é como penso agora.

E eu topo sair por aí testando. Podem me chamar que eu vou... Depois de achar que era uma ideia sem o menor cabimento (mesmo tendo sido Rubens Bueno o primeiro a cogitar, e muito me surpreendeu quando eu soube que ele estava falando SERIO), comecei a aceitar pensar nisso quando ficamos sem candidato próprio. Os argumentos dele e do Mauricio fazem muito sentido pra mim.

Eu não tinha O MENOR ânimo de sair em 2014 fazendo campanha no Brasil inteiro. Deus meu, sem sair da frente do computador em 2010, eu quase morri. Agora tenho, se for esse o caso. Se concluirmos que eu uno e empolgo o partido. Que não serei uma mala difícil de carregar. Que a maioria do PPS mais confia do que desconfia de mim e minhas ocasionais palavras mal medidas. O jeito é testar.

Será que perdemos alguma coisa em testar? Perguntemo-nos isso. Já que temos tempo; já que não vamos nos entregar facilmente a um lado ou outro. Se ensaiarmos e, lá na frente, resolvermos abrir mão e entrar em uma aliança, isso será ruim, acabará prejudicando nosso objetivo FUNDAMENTAL de eleger mais federais? Ou fazer a caravana agora pode unir o partido MESMO que no fim não tenhamos candidato próprio?

Pensemos nisso, por favor...

Vamos sair por aí debatendo... Eu, Roberto, Raul, quem mais? É feio isso, ou é bonito?  (É sério, não irônico - a essa altura, muita gente morre de medo de darmos "vexame"... Se debatermos e lá  na frente abdicarmos da candidatura própria, a militância já terá sido energizada e convencida da importância de confiar e fortalecer o partido ou talvez seja desmotivada por mais um "parece-que-vai-mas-não-vai"?)

Enquanto escrevia, fui refletindo mais e mais e concluí qual é, pra mim, A questão:

PARA SERMOS MAIORES, termos mais eleitores nos estados e elegermos mais parlamentares, precisamos de gente EMPOLGADA, UNIDA, DISPOSTA a enfrentar os Godzilas que são nossos adversários, obstáculos e inimigos (falta de grana etc etc).

SE passarmos os próximos meses oferecendo ao partido, Brasil adentro, a possibilidade de termos candidatura própria, e depois desistirmos dela (por razões muito bem pensadas, claro! continuará sendo uma possibilidade) estaremos dando um golpe na motivação e união? Ou teremos nos mobilizado o suficiente para ir pra cima das urnas com voracidade e amor e eleger muitos federais, COMO PRECISAMOS?

***
Confesso que tenho medo da segunda hipótese. De cogitar seriamente e depois não ter candidatura própria ser um golpe forte na nossa tão frágil motivação.