Espaço criado por militantes e simpatizantes do PPS, para debate interno em período congressual, sem qualquer vínculo com a direção do partido

sábado, 5 de outubro de 2013

Explicando ponto a ponto a candidatura própria do PPS

Entenda a proposta de candidatura própria do PPS, ponto a ponto...

De acordo com a pesquisa Datafolha divulgada em 12 de outubro e TODAS as análises feitas a partir dos dados divulgados desde então, há um vácuo a ser ocupado à direita (Caiado? Katia Abreu? Feliciano?) e outro à esquerda (PSOL? PPS?)

Veja a pergunta que se coloca: Nós, do PPS, não podemos apresentar uma campanha leve, independente, criativa, propositiva? Isso não é bom para eleger nossos deputados? Não mobiliza? Não mostra a nossa "marca" e a nossa cara para a sociedade?

As candidaturas Eduardo/Marina e Aécio estão no nosso campo de atuação. O verdadeiro adversário está do lado de lá: o PT de Dilma e Lula.

E o que dizer da oportunidade de lançarmos a única mulher na disputa contra Dilma? E a única candidatura oriunda de São Paulo?

Sem contar que pautaríamos a mídia e os debates com temas que os outros candidatos tem pavor! Mas somos iguais aos outros? E os nossos 91 anos de História?

Nossos 16 segundos, que seriam diluídos numa coligação, sem o devido valor, viram cerca de 2 minutos exclusivos do PPS na propaganda eleitoral, com tempo idêntico de inserções ao longo do dia.

Temos uma identidade nacional, temos proposta, temos cara, somos o único partido que ajudou a eleger Lula e fomos para a oposição por questões programáticas, não eleitorais. Ao contrário, entregamos os cargos quando o governo do PT estava em alta!

Uma candidatura própria em 2014 não afeta em nada as coligações estaduais. Não existe mais verticalização. Cada Diretório Estadual é LIVRE para suas alianças, com os partidos e candidatos do nosso campo, sem constrangimentos. 

Também poderemos continuar dialogando e até dividindo o palanque com Aécio e Eduardo/Marina, sem que isso seja visto como alguma “traição”. E sem que os nossos parlamentares se desesperem por conta de seus interesses locais, ou rachem o partido.

Temos o nosso espaço no 1º turno, temos um lado bem definido. No 2º turno estaremos todos juntos contra a máquina governista.

É o que está posto para o PPS: um papel protagonista (como tivemos em 1989 com Roberto Freire, em 1998 e 2002 com Ciro Gomes, e mesmo quando apoiamos Alckmin informalmente em 2006 e coligamos com Serra em 2010, tínhamos um papel muito mais destacado; não teríamos o mesmo peso, pelas atuais circunstâncias, coligados num 1º turno em 2014, mas no 2º... a cobra vai fumar! ... ops, não é sustentável nem ecologicamente correto ☺).

Hora da verdade para o PPS

1) Chegou a hora da verdade para o PPS: assumir definitivamente uma posição fora da polarização PT x PSDB, incorporando-se a esse terceiro pólo criado para inaugurar o chamado período "pós-PT" (e pós-PSDB, a quem também fomos oposição no governo, nunca é demais lembrar), ou permanecer satélite dos tucanos, como nos últimos 11 anos. 

2) Tomar partido de Eduardo/Marina ou de Aécio, já no primeiro turno, é uma decisão legítima e correta, mas parece impossível de obter consenso. Para dar exemplos nominais (apenas dois, entre tantos no país inteiro): Minas Gerais irá de Aécio Neves, enquanto o Maranhão (nossa candidata ao Governo, Eliziane Gama) irá de Eduardo/Marina. Estamos preparados (somos grandes o suficiente?) para rachar dessa forma? É isso que nos interessa? Definir um lado agora e reduzir ainda mais o partido? Ou temos alguma outra estratégia que eu desconheço? 

3) Daí a tese "maluca" da candidatura própria, na linha do "limite do absurdo" ensinado por Marina. Não é para ganhar, óbvio, mas para pautar o debate. Para ter alguma referência nacional de PPS, preservar a nossa marca e identidade, e garantir espaço maior na TV, nos debates, na propaganda e nas inserções (os cerca de 16 segundos do PPS sem candidatura, que pouco valor terão somados à alguma coligação, devem saltar para quase 2 minutos com uma candidatura própria, que divulgue exclusivamente o PPS). 

4) Os interesses regionais serão mantidos, pois estará pactuado desde o início que iremos no 2º turno com aquele que chegar contra o PT. Não haverá "traição": se, por exemplo, o PPS apoiar o PSDB no 1º turno e tiver candidatos ao Governo e/ou parlamentares no palanque de Eduardo/Marina, ou vice-versa, estaria sacramentada a traição. Do contrário, se o PPS tiver um palanque próprio, independente (reduzido, é verdade), permanecerá dialogando e transitando com as outras candidaturas de oposição até o 2º turno. Nosso adversário não estará neste campo, mas no governo. 

5) Digamos que o PPS apóie Aécio no 1º turno, como já se manifestaram os diretórios de Minas e Rio, por exemplo. Além de reforçar o estigma de que o PPS é linha-auxiliar do PSDB, se eventualmente Aécio não chegar no 2º turno seremos dizimados junto com os tucanos. Apoiando o PSB, vale o mesmo raciocínio. 

6) É paradoxal: se é verdade (com a negativa de Serra) que estávamos mais próximos de Eduardo OU Marina, a união de ambos abre um vácuo na disputa e na representatividade de um segmento significativo do eleitorado (Quem vai ocupá-lo: PSOL? PDT? PV? Algum nome da direita? Ou o PPS? O fato é que alguém vai tentar e se dar bem).  

7) Por último, o único argumento contra uma candidatura própria é a falta de estrutura e ressonância (interna e/ou externa). É possível. Há um risco enorme, quase certo. Mas seria uma última tentativa de ter algum protagonismo e autoestima num ano de sucessivas frustrações (MD, Serra, Marina) e que nos reserva papel coadjuvante em qualquer apoio no 1º turno. Daí também o motivo de optarmos por uma candidatura própria com algum apelo popular/midiático: do grau de uma Soninha ou de um Joaquim Barbosa. Do contrário, ser mais do mesmo, também não resolve muito. Seremos traço. 

A refletir.

Candidatura própria do PPS em 2014?

Nossas maiores lideranças, Roberto Freire, Rubens Bueno, o retorno do Raul Jungmann, além de Arnaldo Jardim, Carmen Zanotto, Arnaldo Jordy, etc. são imprescindíveis na Câmara. Já estamos fragilizados o suficiente para abrir mão dos melhores deputados que temos.

Conhecendo todas as limitações de uma campanha com pouca estrutura (tivemos duas em São Paulo, com quase nenhuma)

Sabendo que nossos deputados, para se eleger, precisam de uma estrutura forte (o PSDB ou o PSB nos garantiriam isso, mas nada nos impede de pactuar desde já um apoio no 2º turno, e preservarmos nossa "marca" no 1º)

Sabendo que uma mulher para enfrentar Dilma seria fundamental

Lembrando a força que tiveram nas eleições que disputaram, Heloisa Helena e Marina Silva (duas ex-petistas)

Reconhecendo o peso de uma candidatura outsider (Heloisa, Cristóvão, Plinio, Marina, Garotinho, Ciro, Roberto)

Possibilitando ao eleitorado uma proposta de terceira via que seja verdadeiramente oposicionista (e não um plano B de Lula)

Lançando uma candidatura jovem, identificada com propostas verdadeiramente ligadas ao tema da diversidade e às vozes das redes e das ruas

Ocupando um espaço de quem se vê frustrado com a saída de Marina do páreo

Pensando na força midiática da campanha e na participação nos debates da TV

A proposta inicial que se apresenta é:

SONINHA FRANCINE (SP) PRESIDENTE 23

HENRIQUE HARGREAVES (MG) – ex-ministro do Itamar Franco - VICE 23

Uma dupla “café-com-leite”, com orgulho!

A ideia da Soninha Francine candidata é exatamente para dialogar com os movimentos das redes e das ruas, ter uma candidatura diferenciada, propositiva, midiática, que paute outros temas que não aqueles ditados pelos marqueteiros do “status quo”...

Com o respaldo de um vice com a experiência e a simbologia política de Henrique Hargreaves, resgatando o papel fundamental de Roberto Freire no governo Itamar Franco (e os princípios do próprio Itamar), combatendo a “velha república” com uma característica dela própria (café-com-leite, que tem um sentido irônico também com a nossa saudável “desimportância”, o que nos deixa mais leves e soltos), e reunindo o que temos de mais representativo da BOA política (nova ou velha são adjetivos secundários e subjetivos). 

Quanto a ser “oposição” (o que já parece óbvio), teremos uma diferença essencial, seremos uma terceira via diferente de Eduardo e Marina, pois ambos não se opõe a São Lula, o pai dos pobres. Até tentaram ligar antes pra ele pra contar a novidade do casório de ontem. Isso é terceira via? Contra o PT, mas a favor de Lula? Como assim? 

Nesse sentido o PPS é mais oposição, sim. Contra o PT, contra Dilma, contra Lula, contra os mensaleiros. 

Mas não somos contra tudo e contra todos. Somos a favor de um governo que amplie as conquistas sociais, que defenda a qualidade de vida, que proponha um desenvolvimento sustentável, que respeite as instituições e se mantenha dentro das regras democráticas e republicanas.

Quanto às realidades locais (sabemos da importância que terão as composições estaduais para eleger nossos deputados), uma candidatura presidencial independente facilita o apoio aos governadores e candidatos do nosso espectro político, estejam eles no PSDB, PSB, PSOL, PDT, PV, SDD, no próprio PPS ou em outra legenda. 

Pés no chão, não lançaremos uma candidatura do PPS com a pretensão de chegar ao 2º turno, mas sim de pautar as MUDANÇAS que desejamos para o Brasil, temas como diversidade (quem representa as minorias?) e até respostas que são cascas de banana lançadas pelos adversários (drogas, aborto, gays etc.).

Por que não? O PPS quer sobreviver a 2014? Ou quer ser eternamente tratado como força menor, subalterna, partidinho que se encaixa em qualquer espaço que sobra dos “grandes”? 

Quanto a Eduardo/Marina ou Aécio, o apoio fica para o 2º turno. Isso pode ser pactuado com ambos, desde já. Não nos desgastamos publicamente tomando partido de um deles agora, preservamos a nossa “marca”, a nossa identidade, seguimos o nosso Planejamento Estratégico (candidatura própria, terceira via, nova política) e no 2º turno certamente estaremos ao lado de quem chegar contra Dilma

Vivemos o momento de resgatar a nossa auto-estima, a nossa história e sermos coerentes com a tese de que quanto mais candidatos de oposição no 1º turno, melhor.